
SOBRE MIM
Meu nome é Lucia e sou de Argentina. Desde que eu nasci tenho uma conexão estranha com o mar, e eu falo estranha porque sempre morei em Buenos Aires que fica a 400 quilômetros do mar. Quando eu tinha treze anos e ya tinha colorido meu quarto de azul e colocado imagens de peixes, minha mãe achou um letreiro em nosso bairro que falava “aulas de mergulho” y não teve dúvidas de que ela tinha que me inscrever. Eu nunca vou esquecer aquela sensação de respirar embaixo da água pela primeira vez, acho que ninguém esquece! Cada semana eu ia mergulhar numa piscina praticando e brincando. Para a Lucia pequena era um hobby muito divertido, mas o que eu não sabia é que já estava começando uma profissão. Meu instrutor falava com minha mãe e dizia “ela é um peixe na água” e eu me sentia assim. Os anos passaram e a adolescência me afastou do mar, quando tinha vinte quis começar me informar sobre os cursos e começar me certificar.


Em Arraial do Cabo fiz o primeiro curso, em Florianópolis o segundo, e nesse momento começaram aparecer oportunidades que antes eram impensadas: começar trabalhar na indústria do mergulho e…claro, mergulhar! Não foi fácil, e qualquer que tenha trabalhado em mergulho sabe. Chegar antes que tudo mundo, preparar e carregar equipamento pesado, ajudar clientes a se colocar o equipamento, a entrar e sair da água, limpar e como se fosse pouco…ao final da tarde alguém tinha que carregar os cilindros para o dia seguinte. Mas isso não era importante para mim, conseguia mergulhar todos os dias e já tinha na minha mente o próximo paso: me tornar profissional.
Nesse momento foi quando os desafíos começaram aparecer, percebi que os cursos que tinha feito antes não foram os melhores, que os instrutores que os centros de mergulho escolheram para mim não tinham muita vocação e que muito conhecimento que eu deveria ter sabido que não sabia. Sozinha e com muito esforço (inclusive durante meu curso de instrutora) estude muito e obviamente sim, me tornei instrutora de mergulho e cumplí meu sonho.
Mas agora começava outro sono e mais forte: ser a instrutora que eu gostaria de ter tido. Dedicar o tempo suficiente para conhecer realmente quem é o aluno e por que quer aprender a mergulhar, respeitar seus tempos e formas de aprendizado, e por sobre tudo, que eles nunca tenham medo de me perguntar até a dúvida mais óbvia.
